Já lá vai o tempo em que ir ao barbeiro era apenas para rapar o cabelo curto e prático. Hoje, muitas barbearias portuguesas transformaram-se em verdadeiros clubes sociais, e as que respiram desporto estão a ganhar cada vez mais adeptos.

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O conceito é simples: enquanto esperam pela tesoura, os clientes podem assistir ao jogo da Liga dos Campeões num ecrã gigante, folhear revistas desportivas ou até conversar com o barbeiro sobre se o Sporting aguenta o tricampeonato. Em alguns espaços, há memorabilia nas paredes — camisolas assinadas, bolas antigas, cachecóis de bancada — que transformam o corte de cabelo numa viagem pelo imaginário futebolístico.

Além do ambiente, a experiência também evoluiu. Há cervejas artesanais ou cafés de especialidade para acompanhar o corte, playlists com narradores míticos, e até torneios de matraquilhos ou FIFA organizados entre clientes. É um ritual de estilo que se mistura com a cultura de bancada.

“Mais do que cortar cabelo, queremos criar comunidade”, explica Rui Gonçalves, dono de uma barbearia no Porto onde o Benfica-FC Porto é sempre transmitido em direto. “Aqui o pessoal entra sozinho e sai a discutir o fora-de-jogo da última jornada com o vizinho do lado. E ainda sai bonito...”, brincou.

As barbearias desportivas já são ponto de encontro regular para adeptos que procuram muito mais do que um corte de cabelo impecável. No fundo, são os novos balneários: espaços de convívio, debate e paixão, onde se fala de estilos… e de táticas.