José Mourinho fez esta quinta-feira, ao início da tarde, a antevisão do dérbi lisboeta entre Benfica e Sporting, relativo à 13ª jornada da Primeira Liga, marcado para sexta-feira, no Estádio da Luz.
O treinador do Benfica afirmou que não preparou o dérbi de maneira diferente dos outros jogos e que as três vitórias consecutivas não alteraram a maneira como o grupo tem vindo a trabalhar.
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Mourinho falou ainda sobre a possível greve dos árbitros, abrindo a porta à possibilidade de uma equipa de arbitragem estrangeira.
Que Benfica se pode esperar?: "Um Benfica que quer ganhar, que respeita o seu adversário como respeita todos. Mas um Benfica que quer ganhar"
Benfica como Ferrari: "Agora guio um BMW que o Benfica me deu... Devo fazer publicidade à BMW e não à Ferrari. Fazendo jus à minha fama e proveito de ser forreta, o Ferrari ofereceram-me. Nunca o compraria"
Três vitórias seguidas: "Ganhámos os últimos três jogos, sim, o primeiro dos quais contra uma equipa de uma divisão inferior. Acho que fizemos um jogo bem conseguido no Ajax de acordo com os nossos objetivos para esse jogo, de acordo com as nossas caraterísticas e limitações. E no último, contra o Nacional, tenho a certeza que se em vez de sermos nós tivesse sido outra equipa portuguesa a fazer o jogo que fizemos, a amassar como amassámos, a criar como criámos, tenho a certeza que teriam tido direito a comentários absolutamente fantásticos, falando de um nível avassalador, da qualidade de jogo, de super recorde, de remates. Acho que fizemos um jogo muito bem conseguido com uma equipa que nos criou, obviamente, dificuldades por ter sido uma equipa que defendeu tanto e bem. Três vitórias de seguida é positivo, é bom, mas não me faz nem a mim nem a nenhum de nós perder o controlo, a tranquilidade ou a humildade, que começa a ser uma caraterística na nossa equipa. É uma equipa que trabalha como equipa, festeja como equipa, sofre como equipa, e isso é um passo importante"
Dia de dérbi: "Não vou dormir pior hoje do que uma noite que anteceda um não-dérbi, não fui mais detalhista no trabalho por ser um dérbi ou um não-dérbi. O que tivemos esta semana foi a possibilidade de ter mais tempo de trabalho, porque normalmente jogamos e temos jogo passado dois ou três dias. Neste caso, depois do Nacional, houve mais tempo. De resto, com maior tranquilidade. Já joguei uma infinidade de dérbis em todos os países, mas não creio que isso seja nem positivo nem negativo. Não é negativo porque não me retira a vontade de jogar um novo dérbi, não é negativo porque me retira alguma da emoção que precisas para jogar estes jogos, e positivo no sentido de déja-vu e ser muito difícil que aconteça algo que nunca te aconteceu na carreira. Mas normal..."
Dívida aos adeptos em jogos na Luz?: "Há sempre dívida. Principalmente quando, às vezes, possa parecer que a atitude da equipa não é condizente com o amor de milhões de benfiquistas. Nesse sentido sim. No sentido de perder jogo, perder pontos, não jogar o jogo que os adeptos possam estar à espera, penso que não seja uma questão de dívida. A responsabilidade que os jogadores têm é fundamentalmente de honrarem a sua profissão e, depois, honrarem o benfiquismo. E isso significa uma atitude intocável em qualquer jogo. Às vezes, eu como treinador, e os adeptos como adeptos, podemos ter alguma perceção errada e pensar 'esta atitude não foi a melhor'. Mas às vezes há condicionantes. O grupo é bom, é um grupo de gente boa, que não cria um único problema na gestão do mesmo. Um grupo amigo, um grupo bom. E nesse sentido, acho que não têm dívida absolutamente nenhuma. Dão o que podem dar, e obviamente com o crescimento da equipa e de algumas individualidades vão numa direção onde se criará mais empatia com os adeptos e menos, entre aspas, a dívida de que falou. Mas não consigo olhar nesse sentido"
Possível greve dos árbitros: "Se fizerem, estou convencido que há muito árbitro na Europa que gostaria de vir apitar o campeonato português. Acho que é uma coisa que acontece muito. Não tanto nos países europeus, mas algumas vezes ainda sim. Hoje em dia, os árbitros são profissionais e, não direi todos todos - porque alguns apitam em campeonatos de outra dimensão -, mas os melhores terão todo o prazer de vir apitar em Portugal. Se alguma vez acontecer, que os árbitros tenham essa decisão, não penso que seria um grande problema porque acho que o campeonato continuaria e a Liga encontraria facilmente soluções"
O que esperar do Sporting?: "Não faço ideia. O Sporting jogará como o Rui Borges quiser que jogue, como o Rui preparou a sua equipa durante esta semana. Não faço a mínima ideia. Obviamente que também nos prepararemos para o 'assim ou assado', mas o mais importante é como queremos jogar, o que preparámos para nós, para a nossa identidade. Mas como fazemos com todas as equipas, estudamos o mais que podemos. Fica sempre aberta a porta da imprevisibilidade, que é a que o treinador e os jogadores adversários podem meter no jogo. Mas honestamente, preparámo-nos mais relativamente a nós próprios do que pensando no adversário, que como sabemos é fortíssimo"
Aspetos do Sporting que pode explorar?: "Não quero responder... A pergunta é boa, mas a resposta não é boa para te dar, porque seria exatamente o mesmo que dizer 'Henrique, vem ver os treinos e percebes o que fizemos e as coisas que nos preocupam ou que podemos tentar explorar'. Não gosto de dizer debilidade, porque uma equipa da dimensão do Sporting não tem a debilidade. Poderá simplesmente haver algumas coisas que podemos explorar. Mas basicamente é um bocadinho por aí"
Elogios de Rui Borges: "Não tenho nada para ensinar... Agradeço as palavras do Rui, mas já sei que vocês vão-me adjetivar com falta de humildade. É normal que estes treinadores desta geração seguinte à minha tenham admiração por alguém que fez o que fez e abriu a porta a que se pensasse o treinador de determinada maneira. Obviamente que agradeço as palavras do Rui, porque poderia não ter dito e disse. Tenho de agradecer. Acho que não tem nada a aprender comigo no dérbi. É um treinador com experiência, com capacidade, campeão nacional. Sabe muito bem o que quer para a sua equipa e teve, quanto a mim, um mérito muito grande: a transformação do Sporting do Ruben Amorim para o 'seu' Sporting. Foi objetivo, corajoso, sabia perfeitamente o que queria, passou ao lado de muitas críticas, e está a fazer um trabalho extraordinário. Tenho o maior respeito por ele e, da mesma maneira que ele disse que respeita-me como a todos os outros, faço das palavras dele as minhas. Respeito-o a ele e a qualquer treinador que defrontemos em Portugal"
Regresso de Ríos implica mudanças?: "A pergunta é boa, mas não vou responder. Não vi, mas o Gonçalo passou-me as declarações do Rui na conferência e ele não diz 'joga o Morita, joga o Simões'. Não diz se o Ioannidis vai ou não recuperar, não diz se o Debast joga ou não. Não diz nada. A única coisa que posso dizer é que o Rui diz que ainda tem de conversar com a almofada e eu não tenho. Já está tudo conversado. Sei quem vai jogar. Treinámos hoje em função exatamente de quem vai jogar, os jogadores sabem. Não há dúvidas. Mas não lhe vou responder".
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