Portugal pode estar perto de juntar o título de campeão mundial ao de campeão europeu, em menos de seis meses. Para isso, basta vencer Áustria, esta quinta-feira (16h) na final do Campeonato do Mundo de sub-17.

Apenas a Alemanha conseguiu juntar os dois títulos nestas condições, em 2023. Para além de um triunfo poder premiar uma caminhada histórica para os lusos, poderá ser o primeiro título mundial do escalão para a seleção das quinas. Esta é a quarta vez que Portugal está na final da um Campeonato do Mundo, depois de o ter feito no escalão de sub-20 (1989, 1991 e 2011).

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Os pupilos de Bino Mações já tinham saltado para a ribalta no passado dia 1 de junho, após terem triunfado França (3-0) rumo ao topo da Europa. Depois de ter feito um percurso irrepreensível no torneio europeu, a seleção sub-17 prepara-se para concluir mais uma prova de grande qualidade.

Neste Mundial, Portugal apenas registou uma derrota na fase de grupos diante do Japão (2-1). Depois das goleadas contra Nova Caledónia (1-6) e Marrocos (6-0), seguiram-se a Bélgica (2-1), México (0-5) e Suíça (2-0) nos jogos a eliminar. O último jogo do 'mata-mata' só foi decidido no desempate por grandes penalidades, diante do Brasil. Após alguma tensão, Portugal carimbou a passagem para a final, a primeira de sempre para o país neste escalão.

Maturidade tem sido uma das características deste grupo de jogadores, que se apresentado a um nível de grande qualidade. Com individualidades de encher o olho e um coletivo bem oleado, Portugal tem todas as peças para fazer um brilharete na final desta quinta-feira e não só. Muito se tem falado na sucessão da Seleção Nacional e nas caras novas que vão surgindo, ainda que com pouca consistência. É importante que estes jogadores continuem a crescer e a evoluir nos respetivos clubes para que permaneçam ao mais alto nível e possam dar continuidade à 'geração de ouro'

Esta tem sido uma constante em Portugal: 'gerações de ouro' atrás de 'gerações de ouro'. O que não tem faltado à seleção das quinas é qualidade e sucesso nas camadas mais jovens.

Olhando para um passado mais recente, já no novo milénio, existiram vários motivos para Portugal festejar.

No ano 2000, no escalão sub-16, Portugal sagrou-se campeão europeu depois de vencer a Chéquia no prolongamento por 2-1. Na formação lusa fizeram parte alguns velhos conhecidos como Hugo Viana, Custódio, Raúl Meireles e até Ricardo Quaresma.

Três anos depois, justamente nos sub-17, chegou o título de campeões da Europa do escalão, na geração de Miguel Veloso e João Moutinho. Depois, houve um interregno de vários anos até chegar o ano glorioso para o futebol português: 2016.

Não foi só na Seleção A que os lusos se sagraram campeões da Europa. Também nos sub-17, se colecionou esse título com um triunfo frente a Espanha nas grandes penalidades por parte dos pupilos de Hélio Sousa. A geração ficou na memória de todos com grandes nomes, ainda que nem todos se tenham mantido na ribalta: Rafael Leão, Florentino Luís, Domingos Quina, Gedson Fernandes, Diogo Dalot, Jota, Diogo Costa, etc.

Uma boa parte dessa seleção voltou a ficar na história, desta vez com a conquista do Europeu sub-19 em 2018. Portugal superou a Itália no prolongamento (4-3) e voltou a levantar o caneco. Nota para Francisco Trincão que foi um dos elementos da seleção das quinas a brilhar.

A conquista mais recente foi justamente no Europeu deste ano com a seleção portuguesa sub-17 comandada por Bino Maçães. Com algumas entradas e saídas, a base da seleção é a mesma, tal como a ambição de voltar a levantar o troféu.