
Gianni Infantino deixou no ar que a FIFA não irá avançar com a exclusão de Israel das suas provas, como é solicitado pela Amnistia Internacional. O presidente do organismo, disse esta quinta-feira que a FIFA "não pode resolver problemas geopolíticos", numa altura em que cresce a pressão internacional contra Israel a respeito da crise humanitária em Gaza.
O Conselho da FIFA esteve reunida esta quinta-feira, mas a exclusão de Israel não esteve na ordem de trabalhos. No entanto, o tema foi abordado pelo italiano na abertura da sessão, na sede da FIFA em Zurique.
"Os nossos pensamentos estão com aqueles que sofrem nos muitos conflitos existentes no mundo de hoje, e a mensagem mais importante que o futebol pode transmitir neste momento é a da paz e da unidade. A FIFA não pode resolver problemas geopolíticos, mas pode e deve promover o futebol em todo o mundo, aproveitando os seus valores unificadores, educativos, culturais e humanitários", declarou Infantino.
- Tudo sobre o desporto nacional e internacional em sportinforma.sapo.pt -
A FIFA já tinha defendido, através do seu vice-presidente, Victor Montagliani, que deveria ser a UEFA a tomar a decisão de excluir Israel.
"Antes de mais, [Israel] é membro da UEFA, tal como eu tenho de lidar com um membro da minha região por qualquer motivo. Eles é que têm de lidar com isso", disse, na quarta-feira.
A seleção israelita está a disputar a fase de qualificação europeia para o Mundial masculino do próximo verão, enquanto o clube Maccabi Tel Aviv participa na Liga Europa. Esta quinta-feira defronta o Dinamo Zagreb.
Esta posição não vai de encontro às pretensões da Amnistia Internacional, ONG que escreveu uma carta à FIFA e à UEFA a solicitar a exclusão da Associação de Futebol de Israel das suas provas, enquanto a Associação de Futebol de Israel (IFA) não excluir os clubes sediados em colonatos ilegais nos Territórios Palestinianos Ocupados de participarem nas ligas de futebol de Israel.
Diz o organismo que existem, pelo menos, seis clubes sediados em colonatos nos Territórios Palestinianos Ocupados que jogam atualmente em ligas israelitas, "o que constitui uma violação tanto do direito internacional como dos próprios estatutos da FIFA".
A ONG recorda que a própria FIFA estabelece no artigo 64.2 do seu organismo que "as associações-membro e os seus clubes não podem jogar no território de outra associação-membro sem a aprovação desta última".
Também a ONU, através de um painel de peritos em direitos humanos da ONU, apelou à FIFA e à UEFA a suspensão das provas de clubes e seleções de futebol, enquanto decorrer o que considera ser um genocídio levado a cabo por Israel em Gaza.
A FIFA enfrenta a oposição de Donald Trump na decisão de uma possível exclusão de Israel. O presidente dos EUA prometeu combater qualquer tentativa de impedir Israel de participar no Mundial 2026, que vai decorrer no México, EUA e Canadá.
Comentários