Luala Msekawi, representante das associações de refugiados em Moçambique, pediu hoje ao?Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) no país que "interceda junto do Governo para solucionar alguns problemas", tais como a "falta de estatuto de refugiados residentes em Moçambique", a par da "aquisição da nacionalidade moçambicana".

"Entre nós existem refugiados que vivem nesta terra amada há mais de dez anos", ilustrou.

Msekawi, que fugiu da República Democrática do Congo (RDCongo), falava durante uma conferência de imprensa, em Maputo, alusiva ao Dia Mundial do Refugiado, que se comemora no dia 20.

Uma outra preocupação que tem a ver com a não concessão de passaporte aos refugiados que reúnem requisitos, impedindo alguns membros desta comunidade de irem ao estrangeiro receber tratamento médico ou viajar em negócios, acrescentou.

"Muitos de nós fugimos da guerra, atos de violência e perseguições e iniciámos as nossas vidas do zero, longe das nossas origens, algo que não é fácil", afirmou Luala Msekawi, descrevendo o drama de ser refugiado.

Apesar das reclamações, Msekawi agradeceu o acolhimento proporcionado pelas autoridades moçambicanas aos refugiados e "a harmonia com o povo irmão africano de Moçambique".

Na mesma ocasião, Cremildo Abreu, diretor-geral do Instituto Nacional do Apoio aos Refugiados (INAR), entidade governamental moçambicana, disse que o número de refugiados que procuram asilo em Moçambique baixou de 3.000 para menos de 300 por ano, desde 2019, e o país acolhe atualmente cerca de 28 mil estrangeiros forçados a fugir dos seus territórios.

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