
A manutenção na primeira divisão do Campeonato da Europa de equipas de atletismo é o objetivo assumido por Portugal para a competição que vai decorrer no fim de semana em Madrid, apesar das 'baixas' e incertezas na comitiva.
A três dias do arranque das provas no estádio Valhermoso, ainda não está garantida a presença de Pedro Pablo Pichardo no triplo salto - em condições normais o campeão olímpico em Tóquio2020 seria a maior referência da seleção que vai lutar por ficar na tabela até ao 13.ºlugar, pelo menos, mas ainda não é dado adquirido que compita.
O nome de Pichardo está na lista de inscritos, mas para precaver a possível não ida do luso-cubano a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) convocou igualmente Tiago Luís Pereira, triplista olímpico, bastante polivalente, capaz de competir também nos saltos em altura e comprimento.
Aliás, não seria de estranhar que Gerson Baldé, primeira escolha para o comprimento e altura, cedesse o salto vertical a Tiago Pereira, já que ambos estão marcados para o mesmo dia.
Na seleção, com 43 atletas convocados, já era certo de que não estariam a triplista Patrícia Mamona, em ano sabático, e a pesista Auriol Dongmo, em forma menos boa do que a companheira no Sporting Jessica Inchude.
Nas últimas semanas, sucederam-se algumas lesões graves de 'primeiras linhas', como o são João Coelho, nos 400 metros, e Patrícia Silva, recente recordista 'indoor' nos 800. Mas tudo piorou um pouco, há duas semanas, quando a fundista Mariana Machado foi operada de urgência a uma apendicite - para o seu lugar, nos 5.000 metros, avança a campeã nacional de 10.000 metros, Ana Marinho.
Há dois anos, na Silésia, Portugal foi oitavo classificado. Se repetir o resultado, mantém-se folgadamente na primeira divisão, sendo que descem os três últimos classificados, numa tabela de 16 países em que a pontuação de masculinos e femininos é somada conjuntamente.
A Itália defende o título e a lista de concorrentes inclui ainda, além de Portugal, Polónia, Alemanha, Espanha, Grã-Bretanha, Países Baixos, França, República Checa, Suíça, Suécia, Finlândia, Grécia e as promovidas Hungria, Ucrânia e Lituânia.
Em Maribor, ao longo da semana, disputam-se a segunda e a terceira divisões, num total de 33 países envolvidos, ainda com a Rússia e Bielorrússia suspensos.
Nos cálculos dos responsáveis técnicos, Portugal aponta para ficar entre o sétimo e o nono lugares, mantendo-se por mais dois anos na elite europeia sem problemas, mesmo com todas as 'baixas'. Uma seleção bastante equilibrada, com alguns atletas ao seu melhor nível de sempre - como Isaac Nader, Salomé Afonso e Lorene Bazolo, é boa garantia.
Nader, que vem de uma vitória na Milha de Ouro em Oslo, é favorito nos 1.500 metros, tanto mais que o francês Azzedine Habs, líder mundial do ano, não está na equipa gaulesa.
Ao contrário do que seria previsível, Nader, novo recordista nacional das duas voltas à pista, não vai estar nos 800 metros, por opção do seu treinador. Fica assim aberta uma 'janela de oportunidade' para o jovem David Garcia.
Já Salomé Afonso, que esta época se aproximou bastante do recorde nacional de Carla Sacramento nos 1.500 metros, deverá dobrar essa distância com os 800 metros, em princípio 'reservados' a Patrícia Silva. Camila Gomes também está convocada, como possível alternativa.
Outro destaque da equipa é Lorene Bazolo, na melhor forma de sempre, aos 42 anos. A velocista irá aos 100 metros, 200 e ainda à estafeta 4x100 metros.
Em forma impressionante, já igualou esta época o recorde nacional dos 100 metros, que detém em igualdade com Arialis Martínez, este ano em forma menos boa (mas convocada para a estafeta).
O quarto grande 'trunfo' de Portugal - além da ainda incógnita Pichardo - é Agate Sousa, bronze no salto em comprimento nos Europeus Roma2024 e de novo em forma crescente.
A competição, de sexta-feira a domingo, no estádio Valhermoso, é antecedido pelo programa especial de quinta-feira, com o salto com vara marcado para o centro urbano de Madrid.
Pedro Buaró e Cátia Pereira são os atletas lusos presentes, com a fasquia e as linhas de corrida montadas em frente ao Palácio Real, um dos símbolos maiores da monarquia espanhola.
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