O prédio onde habita o árbitro Vasco Santos, da Associação de Futebol do Porto, foi vandalizado na madrugada desta quinta-feira.

O Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol deu conta do sucedido, através de um comunicado, salientando que a situação será reportada às autoridades.

Vasco Santos, recorde-se, foi o videoárbitro do jogo Benfica-Belenenses, da terceira jornada da Primeira Liga, que ficou marcado por uma entrada dura de Eliseu sobre Diogo Viana, entretanto arquivada pelo Conselho de Disciplina (CD).

Questionado pelo CD, Vasco Santos disse que, após ter visto imagens que lhe foram disponibilizadas durante o jogo, entendeu não ter existido qualquer agressão ou prática de jogo violento por parte de Eliseu e por essa razão não alertou o árbitro do jogo, Rui Costa.

Na sequência da decisão do CD - que arquivou o auto de flagrante delito elaborado pela Comissão de Instrutores da Liga após queixa do Sporting, alegando não poder sobrepor-se à avaliação dos árbitros - o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, disse que, se não consegue ver um lance como o de Eliseu, Vasco Santos é incompetente e não pode arbitrar.

Na nota, o organismo critica o que chama de "discurso de ódio dos agentes desportivos" que prejudica arbitragem e futebol, "o que é insuportável e inaceitável", apelando ainda às autoridades "para que não esperem por uma tragédia para intervir".

Confira o comunicado da FPF:

1. O prédio onde mora o árbitro C1 Vasco Santos foi esta madrugada vandalizado.

2. O Conselho de Arbitragem fará chegar ainda hoje toda a informação disponível às autoridades, a exemplo do que sucedeu em ocasiões anteriores com episódios da mesma natureza.

3. O Conselho de Arbitragem condena de forma inequívoca e veemente este tipo de comportamento que visa perturbar os agentes da arbitragem.

4. O comportamento irresponsável de agentes desportivos em relação aos árbitros e à arbitragem, velho de décadas, é potenciador deste tipo de situações.

5. Tal como teve oportunidade de sublinhar recentemente, o Conselho de Arbitragem nota que os castigos a árbitros são efetivos enquanto os castigos a dirigentes desportivos produzem reduzido efeito prático.

6. O Conselho de Arbitragem exorta os clubes a demonstrar que são capazes de analisar a gravidade deste tipo de situações e encontrar soluções imediatas no quadro da autorregulação existente.

7. O discurso de ódio dos agentes desportivos tem como principal vítima a arbitragem - e o futebol! -, o que é insuportável e inaceitável.

8. O discurso de ódio no futebol tem de parar de imediato.

9. O Conselho de Arbitragem apela às autoridades públicas para que não esperem por uma tragédia para intervir.

10. O Conselho de Arbitragem defenderá de forma enérgica e inequívoca todos os árbitros portugueses.

*Notícia atualizada às 12h00