Um empate que sabe a vitória... ou muito mais. O dia 24 de junho de 2025 vai ficar guardado na história do futebol da Nova Zelândia. É o dia em que os semi-profissionais do Auckland City resolveram atirar a lógica para o caixote do lixo e empatar com o Boca Juniors da Argentina, na 3.ª e última jornada do Grupo C do Mundial de Clubes, que decorre nos EUA.

Christian Gray, professor de profissão, marcou o único tento dos neozelandeses em Mundiais de futebol depois de a equipa ter levado 10-0 do Bayern Munique e 6-0 do Benfica. O passe para golo veio de Jerson Lagos, barbeiro de profissão.

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Para este jogo, as contas não eram difíceis: o Boca Juniors tinha de marcar o máximo de golos possíveis ao Auckland City e esperar que o Bayern Munique fizesse valer o seu favoritismo diante do Benfica e vencesse, se possível, com muitos golos de diferença. Ora, em campo, nem uma coisa nem outra.

Primeiro foi o Benfica a estragar os planos dos argentinos, quando Schjelderup deu vantagem aos Encarnados diante do Bayern Munique. Um resultado que eliminaria o Boca Juniors, independentemente do que conseguisse frente aos neozelandeses.

Diante de jogadores amadores, que fazem do futebol um passatempo, seria de esperar que o Boca Juniors aplicasse a terceira goleada aos campeões da Oceania neste Mundial de Clubes. Puro engano.

Para marcar o primeiro, o 'Rey das Américas' precisou da sorte. Na sequência de um canto, Lautaro Di Lollo atirou ao poste, a bola bateu nos braços do guarda-redes Nathan Garrow e terminou no fundo das redes. Festa Xeneize no Geodis Park, em Nashville, Tennessee.

Antes deste tento, até tinha sido o Auckland City a criar a primeira oportunidade na área dos argentinos, numa jogada onde Marshesín teve de se aplicar.

No início do segundo tempo, Christian Gray, que é professor, vestiu a pele de herói neozelandês e marcou o único golo da sua equipa neste Mundial de Clubes. Um golo que sabe a vitória: canto de Jerson Lagos, barbeiro de profissão, para um desvio de cabeça do defesa central para o fundo das redes dos argentinos. O golo foi amplamente festejado no relvado.

Perto dos 60 minutos, o jogo teve de ser interrompido, devido a ameaça de mau tempo.

Os jogadores regressariam minutos depois, para se jogar o que restava do encontro, numa altura em que já tinha terminado o outro encontro do Grupo C, com vitória do Benfica por 1-0. Ou seja, o Boca sabia que estava fora dos oitavos de final.

Merentiel ainda colocou a bola no fundo das redes do Auckland City, mas o tento foi anulado porque antes do centro, a bola foi dominada com a mão.

O guarda-redes do Auckland City, Nathan Garrow, foi eleito Melhor em Campo, após uma grande exibição com defesas fantásticas.

Na equipa do Auckland City há pintores, professores, trabalhadores de reposição em armazéns, corretores imobiliários, treinadores das camadas jovens, barbeiros, entre outros.

O Benfica termina o Grupo C na liderança, com sete pontos, contra seis do Bayern Munique, dois do Boca Juniors e um do Auckland City.

O Boca Juniors despediu-se hoje do Mundial de clubes de futebol, a decorrer nos Estados Unidos, com um surpreendente empate com o Auckland City (1-1), permitindo a festa dos neozelandeses e em especial de um professor da escola primária.

Em Nashville, no Tennessee, já depois do guarda-redes Garrow, num lance infeliz, ter dado vantagem ao histórico argentino, aos 26 minutos, Christian Gray, um defesa central de 28 anos, fez o golo do Auckland, equipa praticamente toda amadora que entrou em campo frente ao Boca depois de goleadas bem pesadas com Bayern Munique (10-0) e Benfica (6-0).

Gray, que teve a assistência do barbeiro de profissão e colombiano Jason Lagos, nem é um dos habituais titulares e é professor primário no bairro de Mount Roskill, na zona de Auckland, entrando assim para a história do clube, em que o seu pai é atualmente chefe da segurança.

Na terceira e decisiva jornada do Grupo C, com o triunfo do Benfica sobre o Bayern (1-0), mesmo vencendo os neozelandeses, o Boca Juniors ficaria sempre pelo caminho, num dia para esquecer para o emblema de Buenos Aires.

A equipa argentina precisava um triunfo expressivo e também de um desaire pesado dos ‘encarnados’ perante os germânicos, mas tudo saiu ao contrário, até a nível de condições meteorológicas.

Com os jogos a decorreram ao mesmo tempo, ao intervalo, o Boca vencia por 1-0 e o Benfica registava igual resultado perante o Bayern, cenário que, mesmo assim, parecia deixar tudo em aberto.

Contudo, aos 10 minutos da segunda parte, o Auckland igualou e, segundos depois, o jogo acabaria por ter uma interrupção de mais de uma hora devido ao mau tempo.

Quando o Boca regressou aos relvados, já o Benfica tinha mantido o 1-0 sobre Bayern e os argentinos estavam completamente eliminados.

O histórico de Buenos Aires ainda chegou a fazer o 2-1, mas o golo de Merentiel foi anulado por mão na bola.