
Por vezes um jogo de futebol resume-se a um momento; alguns segundos onde todos os (muitos) minutos jogados anteriormente, melhor ou pior, deixam de interessar e apenas o 'agora' existe.
Aos 93 minutos, William Gomes fez o que poucos acreditavam ser possível e, com um lance de puro brilhantismo deu a vitória a um FC Porto que, para além de pouco inspiração, não trouxe a transpiração que lhe tem vindo a ser associada.
Os azuis e brancos juntam assim mais uma página, esta com contornos dramáticos, a bela coleção de memórias trazidas de terras austríacas.
Farioli esperava um jogo de 'rock 'n' roll' e as expetativas do italiano confirmaram-se. Muito ao gosto do Salzburgo, a primeira parte jogou-se muito pelo corredor central, onde Bidstrup e Diabate iam dominando e servindo os colegas de ataque.
Apenas quando os dragões conseguiam sacudir a pressão austríaca e canalizar jogo pelos corredores é que o panorama alterava-se.
Apesar do muito combate, a primeira parte trouxe oportunidades para as duas equipas, com o FC Porto a beneficiar das mais flagrantes. Borja Sainz começou por atirar à barra logo aos três minutos, Froholdt permitiu a mancha de Schlager, que também travou o cabeceamento de Gabri Veiga.
Pelo meio, o Salzburgo também assustou, com Ratkov a ficar perto do golo aos 12 minutos, e Bidstrup a obrigar Diogo Costa a aplicar-se.
Para a segunda parte, Farioli não tardou em colocar largura no jogo portista, promovendo as entradas de William Gomes, Martim Fernandes e Francisco Moura.
O FC Porto avançou no terreno, deixando consequentemente espaço nas suas costas, espaço este que ia sendo aproveitado pelo Salzburgo para rápidas transições, a mais flagrante das quais deu-se aos 80 minutos mas Vertessen, na cara de Diogo Costa, falhou de forma clamorosa.
O jogo aproximava-se do fim e o empate parecia ser um resultado certo. Contudo, William Gomes não se ficou pelos ajustes e, após uma primeira ameaça, fez o que já poucos achavam possível e, no terceiro minuto de compensação, rematou em arco, levando a bola a aninhar-se nas redes austríacas, levando jogadores e adeptos portistas à loucura.
O momento de inspiração do brasileiro permitiu ao FC Porto alcançar o seu sétimo triunfo consecutivo nos primeiros sete jogos da época, um feito anteriormente alcançado por André Villas-Boas, atual presidente do clube.
A figura: William Gomes
Entrou nos primeiros minutos da segunda parte para o lugar de Pepê, que até estava a ser dos melhores em termos de desenhos ofensivos, mas mesmo assim, ainda foi a tempo de se mostrar nuclear na difícil vitória do FC Porto em Salzburgo.
O brasileiro entrou para dar mais largura ao jogo dos azuis e brancos mas, à semelhança do resto da equipa, teve dificuldades em ganhar espaço para por a sua técnica em ação.
Da primeira vez que o conseguiu quase surpreendia Schlager, mas no segundo ensaio conseguiu mesmo o que já ninguém pensava que poderia acontecer, dando três pontos aos azuis e brancos com um golo fantástico.
Outros destaques
Bidstrup: O capitão do Salzburgo esteve incansável na batalha do meio-campo, conseguindo controlar o setor ao lado de Diabate, especialmente na primeira parte. O dinamarquês foi sempre o ponto de equilíbrio da formação austríaca, ganhando praticamente todos os duelos e permitindo rápidas transições ofensivas.
Mais um jogo sem sofrer golos: Para além do clássico com o Sporting, esta foi a partida onde a defesa do FC Porto mais foi posta à prova.
Ao longo do encontro, o Salzburgo foi criando oportunidades, mormente através de transições ofensivas; contudo, a dupla Kiwior/Bednarek, juntamente com Diogo Costa, mostraram-se importantes para manter a baliza dos dragões a zero.
Reações
Farioli admite que William Gomes fez bem em “não o ouvir”
Jogadores do FC Porto celebram vitória em Salzburgo com confiança para o futuro
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