"Estou convencido (...) de que podemos avançar e forjar um diálogo russo-americano eficaz baseado no respeito mútuo e na consideração dos interesses nacionais uns dos outros", escreveu Putin num telegrama divulgado pela presidência russa, segundo a agência de notícias France-Presse.

Numa declaração posterior, o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, reiterou que Moscovo quer resolver as tensões com o Ocidente através do diálogo.

"Só o caminho das negociações pode resolver a abundância de problemas imediatos entre nós", disse o porta-voz do Kremlin.

Peskov acrescentou que a conversa telefónica de hoje foi uma iniciativa de Putin.

Biden e Putin deverão realizar conversações por telefone hoje, quando forem 15:30 em Washington e 23:30 em Moscovo (20:30 em Lisboa).

Trata-se do segundo encontro do género entre os dois dirigentes em menos de um mês.

Segundo a Casa Branca, Joe Biden pretende propor um "caminho diplomático" para pôr fim à crise entre a Rússia e o Ocidente sobre a Ucrânia.

No início de dezembro, Moscovo deu a conhecer as suas exigências, em particular um tratado que proíba qualquer futuro alargamento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) à Ucrânia e a outros países que estiveram sob a área de influência soviética.

A Rússia exige também que a NATO retire os seus destacamentos militares na Europa Central e Oriental.

As propostas de Putin serão discutidas entre os dois países no dia 10 de janeiro, em Genebra.

Segue-se uma reunião do conselho NATO-Rússia (fórum de diálogo), em 12 de janeiro, e um encontro entre Moscovo e a Organização para a Segurança e Cooperação da Europa (OSCE), previsto para o dia seguinte.

O Ocidente acusa Moscovo de se preparar para invadir a Ucrânia ao ter deslocado para a fronteira comum dezenas de milhares de tropas e grandes quantidades de equipamento e armas.

Moscovo, que já anunciou ter feito regressar os militares, nega qualquer intenção bélica e diz ter sido ameaçada por provocações da Ucrânia e da NATO.

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