
E eis que por fim, 30 dias depois, chega ao fim a primeira edição do Mundial de Clubes, competição que reuniu pela primeira vez 32 equipas de todos os continentes, incluindo duas portuguesas.
Frente a frente irão medir forças o PSG, campeão europeu em título, claro favorito à final frente Chelsea, e que se realiza em East Rutherford, nos Estados Unidos.
Os parisienses fizeram deste Mundial de Clubes a continuação da época verdadeiramente galáctica que estão a realizar. A qualidade futebolística da equipa Luís Enrique deslumbrou, num conjunto com sentido coletivo, mas também dotado de uma enorme capacidade técnica.
Exemplos paradigmáticos foram as goleadas impostas aos dois emblemas espanhóis: primeiro um 4-0 aplicado ao Atlético de Madrid, e mais tarde, nas meias-finais, nova goleada frente ao Real Madrid. O desaire frente ao Botafogo não teve consequências, numa equipa parisiense com muitas mudanças e que somou triunfos atrás de triunfos, num registo de 12 marcados e nenhum sofrido nessa sequência. Nota para também para o duelo frente ao Bayern Munique, em que o conjunto francês venceu por 2-0.
O treinador espanhol soube juntar os cacos após as saídas dos mágicos Neymar, Messi e por fim Mbappé para montar uma máquina ofensiva e defensiva, forte a recuperar, a atacar, e dotada de uma circulação de bola a lembrar o 'tiki-taka' de Pep Guardiola.
Intensidade futebolística, com a contribuição de luxo de Nuno Mendes e de João Neves e Vitinha, o mago da equipa de Paris e que até pode entrar na corrida à Bola de Ouro.
Donnaruma fecha as portas da baliza, Hakimi é o que se conhece na direita, e Marquinhos e Pacho conferem clareza na saída. Fabián Ruiz genial junto ao dueto de portugueses, os imprevisíveis Kvaratskhelia e Doué nos flancos, e o Dembelé na frente a assumir o papel de matador. Do banco, podem sempre sair Barcola, com velocidade e genialidade nas botas, capaz de mudar de mudar o rumo de um jogo, e Gonçalo Ramos que ainda nas meias-finais frente ao Real Madrid disse presente.
É pois legítimo que o PSG queira juntar a conquista do Mundial de Clubes a uma época brilhante que culminou na conquista da ligue 1, Taça de França e Supertaça, para além da ambicionada Champions.
Quando ao Chelsea tem utilizado a competição para integrar os reforços. O avançado João Pedro, contratado ao Brighton, fez das suas no triunfo nas meias-finais frente ao Fluminense. Juntaram-se também o dianteiro Jamie Gitten (proveniente do Dortmund por 60 ME), Mamadou Saaar e também o português Dário Essugo, e ainda outros jogadores que se encontravam cedidos.
Comparando os resultados dos blues aos parisienses, somaram igualmente cinco triunfos e um desaire também com brasileiros - 1-3 frente ao Flamengo. Ainda assim, os ingleses não apresentaram a mesma qualidade exibicional que o adversário na final.
O nível de oponentes também não foi claramente o mesmo na fase eliminar. O Chelsea sofreu para eliminar o Benfica após o prolongamento e mediu depois forças com o Palmeiras de Abel Ferreira e o Fluminense. Ainda assim, a equipa de Enzo Maresca teve alguns jogadores que se evidenciaram com destaque para o ex-Benfica Enzo Pérez, para o imprevisível Pedro Neto nas alas e também para Cole Palmer e um Caicedo em grande forma.
Ainda assim, os ingleses são considerados os 'underdogs' mas conhecendo-se a velha máxima, as finais são para ganhar.
O que fizeram as equipas portuguesas
O FC Porto foi mesmo uma das grandes desilusões da competição fica com o registo negativo de ter sido a única europeia sem vitórias na fase de grupos. Ao cabo de três jogos, os azuis e brancos somaram dois empates frente a Palmeiras (0-0) e Al Ahly (4-4) e foram derrotados pelo Inter Miami (2-1). Num grupo, em teoria acessível, os azuis e brancos terminaram no terceiro lugar, com dois pontos, atrás de Palmeiras e Inter de Miami (com cinco cada) que foram as equipas apuradas e à frente do Al Ahly.
No que diz respeito ao Benfica, encerrou a participação no Mundial de Clubes ao perder com o finalista Chelsea (4-1) nos oitavos de Final.
Os encarnados despediram-se do renovado Mundial de Clubes, om duas vitórias, um empate e uma derrota, dez golos marcados e seis sofridos. A formação lisboeta tentava vencer os 'blues' pela primeira vez, mas acabaram por averbar a quarta derrota em outros tantos jogos.
Histórico de confrontos entre o Chelsea e PSG
As duas equipas já mediram forças em 8 ocasiões e os duelos são pautados pelo equilíbrio. São três vitórias para PSG, duas para o Chelsea, a que se juntam três empates.
As duas equipas defrontaram-se curiosamente, a nível oficial, sempre para a Liga dos Campeões. Primeiro na fase de grupos, em 2004/05. Os blues derrotaram em Paris os blues por 3-0, e mais tarde as duas equipas empataram sem golo em Londres (0-0).
Os restantes embates realizaram-se já nas fases a eliminar: duas vezes nos oitavos em 14/15 (1-1 e 2-2 (a.p) e também em 16/17 (2-1 e 1-2). Em 13/14, o confronto foi numa fase mais adiantada, nos quartos de final (3-1 e 2-0).
O que disseram os treinadores
Enzo Maresca, treinador do Chelsea: "O PSG é um dos clubes mais fortes da Europa e provavelmente tem o melhor plantel do mundo atualmente. No entanto, acho que cada partida pode ser diferente. Temos o maior respeito por eles e eu realmente gosto de vê-los jogar, porém, ao mesmo tempo, estamos aqui para dar o nosso melhor e tentar vencer esta final. O Chelsea está aqui para isso"
Luis Enrique, treinador do PSG: "Quem pensa que será fácil? Quem o pensa é porque não analisou a equipa de Enzo Maresca, um treinador que fez um excelente trabalho e que, pessoalmente, eu admiro muito. Ele utiliza jogadores com alta qualidade técnica, sempre em pressão. Terminou no quarto lugar na Premier League e teve uma temporada excecional. Gosto da maneira como ele mete as suas equipas a jogar e, por isso, teremos que encarar a partida com 100% da nossa capacidade"
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