O FC Porto venceu o Malmö por 2-1, num daqueles jogos em que o marcador engana quem não o viu. A equipa de Farioli apresentou uma exibição consistente, fluida e madura, revelando sinais claros de crescimento coletivo: melhor definição com bola, maior coordenação sem ela e um talento ofensivo que começa a consolidar-se.

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Os primeiros minutos mostraram alguma hesitação na saída, mas bastou Rodrigo Mora assumir o jogo para o Dragão respirar diferente. O jovem jogador foi, mais uma vez, o acelerador da equipa: conduções verticais, combinações inteligentes e a capacidade rara de transformar jogadas comuns em momentos de vantagem. Sempre que Mora tocava na bola, o FC Porto ficava mais próximo do golo.

E quem tratou de concretizar esse domínio foi Samu, um avançado que vive o jogo como quem sabe que o golo está sempre ao virar da esquina.

Figura do jogo: Samu

Dois golos, duas finalizações distintas, uma demonstração clara do que é ser avançado num coletivo que precisa de alguém que ataque zonas e momentos com convicção. Samu parece estar sempre no sítio certo, com a execução certa — e isso está a alimentar o melhor FC Porto ofensivo da era Farioli.

Momento do jogo: o 1-0 aos 30 minutos

A equipa já controlava, mas faltava desbloquear. O cruzamento de Mora e o cabeceamento de Samu soltaram o FC Porto emocionalmente, obrigaram o Malmö a expor-se e criaram o contexto perfeito para que o jogo deixasse de ser apenas dominado… e passasse a ser gerido com autoridade.

A partir daí, o FC Porto cresceu com naturalidade. O 2-0, novamente por Samu, mostrou frieza e técnica, enquanto o Malmö apenas reagiu timidamente em lances isolados. A primeira parte portista deixou a sensação de que o marcador poderia ter sido mais pesado.

No meio-campo, Froholdt voltou a mostrar porque é tão valorizado: intensidade, critério e presença contínua na área. E na segunda parte, longe de abrandar, os dragões procuraram o terceiro golo com vontade e lucidez. Deniz Gül e Froholdt viram Olsen negar-lhes o golo, William Gomes trouxe energia e Alarcón deixou uma jogada individual digna de destaque — mais uma vez travada pelo guarda-redes sueco.

O autogolo tardio de Kiwior (90+4’) foi apenas um contratempo num encontro controlado do início ao fim. O Malmö nunca esteve verdadeiramente perto de discutir o resultado.

No final, o FC Porto sai com mais do que três pontos: sai com a confirmação de que a equipa cresce jogo a jogo, que Mora é o criador que dá vida ao ataque e que Samu é, neste momento, o finalizador que faltava.

O resultado é 2-1. A exibição foi muito maior do que isso.