Giannni Infantino promete quebrar barreiras e deixar a sua marca como presidente da FIFA. O ítalo-suíço tem vindo a redesenhar o calendário internacional, com o alargamento dos Mundiais de seleções a mais equipas, a criação do ambicioso Mundial de Clubes e agora, Campeonatos do Mundo no inverno europeu.

Na sua "globalização do calendário de jogos", Infantino prepara um novo modelo de competições, com mais encontros, mais torneios, novas datas e locais menos convencionais, para adaptar o futebol à lógica de um mercado mundial e assim e maximizar receitas.

Quando se pensava que o Mundial 2022 do Qatar, realizado no inverno europeu, seria uma excepção, a FIFA prepara-se para fazer o mesmo em 2034, na Arábia Saudita.

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O líder do organismo que comanda o futebol mundial sustenta que os torneios devem ser jogados "nos meses em que se pode jogar em qualquer lugar", algo que abre a perspectiva de se ver torneios de futebol da FIFA jogados em qualquer canto do mundo, mesmo em países com climas extremos.

Essa ideia favorece mercados emergentes como África e Ásia, regiões com condições climáticas quentes e forte poder económico, e tira espaço às tradicionais nações europeias e sul-americanas.

Para responder aos anseios dos detentores dos direitos de TV das competições, a FIFA também vai alargar ainda mais os calendários das provas, com a participação de mais equipas nos torneios que organiza. Mais jogos significa mais receitas.

Isso foi visto no renovado Mundial de Clubes, que decorreu durante um mês nos EUA no último verão, com 32 equipas. O mesmo será alargado para 48 equipas, pelo que teremos jogadores a fazerem mais de 70 jogos por época. Um dado que parece não preocupar a FIFA.

Além de mais jogos, a possibilidade de realizar a prova de dois em dois anos não foi descartada por Infantino.

Todas estas decisões irão afetar o já sobrecarregado calendário, com cada vez mais queixas dos clubes e jogadores, incapazes de fazerem uma pré-época ou uma preparação adequada. Algo que parece passar ao lado da FIFA.

Também o mercado de transferências sofrerá consequências, já que haverá mais janelas para transacionar jogadores.

Todas estas mudanças nos calendários levará também a uma redefinição nos sistemas de qualificação para Mundiais e Europeus, já que haverá menos jogos de seleções.