
A seleção feminina de Portugal arrancou o Europeu com uma derrota pesada diante da Espanha por 0-5, na 1.ª ronda do Grupo B da prova que decorre na Suíça.
No Wankdorf Stadium, em Berna, onde se respeitou um minuto de silêncio em memória de Diogo Jota, Espanha dominou o jogo como quis, perante a inoperância defensiva e ofensiva das Navegadoras. Portugal estancou a avalanche ofensiva das nossas vizinhas no segundo tempo, altura em que a Espanha tirou o pé do acelerador e só fez um golo.
Foi a quinta derrota seguida de Portugal em jogos oficiais, a quarta com goleada. Nos últimos cinco jogos oficiais, Portugal sofreu 25 golos: este 0-5 com Espanha, a juntar-se aos 0-3 com Bélgica, 1-7 com Inglaterra e 0-6 com Espanha e 2-4 com Espanha na Liga das Nações.
Euro feminino de futebol 2025: Espanha-Portugal
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1-0 aos dois minutos. 2-0 aos sete minutos. Nem o optimista adepto das Navegadoras podia acalentar esperanças de uma reviravolta no jogo frente a atual campeã do Mundo. Os primeiros minutos deixaram claro que muito dificilmente Portugal escaparia de uma nova goleada. Restava saber por que números.
Quis o calendário que a estreia de Portugal no seu terceiro europeu feminino fosse com a poderosa Espanha. O grupo, já se sabia, não seria fácil.
Os últimos resultados da Seleção Portuguesa na Liga das Nações não animavam ninguém. Portugal até começou bem a prova, mas as goleadas de 0-6 sofrida diante da Inglaterra e os 1-7 frente a Espanha, e os 0-3 em casa diante da Bélgica, quando só precisava de um empate, revelavam um Portugal sem rumo, a perder identidade, incapaz de competir com as melhores da Europa. Uma seleção longe do que mostrou nos últimos anos. Apenas uma vitória nos últimos sete jogos era o cartão de visita de Portugal, perante uma seleção que bate Portugal sempre Portugal em jogos oficiais (cinco).
A ausência de Kika Nazareth, estrela da equipa, por lesão, não justifica todos estes resultados negativos. No banco, a internacional portuguesa sofria com as colegas, desolada por ainda não poder dar o seu contributo à equipa.
A Espanha, que só perdeu um dos seus últimos 11 encontros, entrou praticamente na frente. No segundo minuto de jogo, Olga Carmona lançou Esther González com um passe longo, a avançada dominou no peito e rematou à meia volta para um belo golo. Golo mais rápido de sempre em europeus femininos de futebol. Pior entrada era difícil!
Ainda as Navegadoras apalpavam terreno para saber em que mares estavam a navegar e já a Espanha fazia o 2-0. Centro junto à relva de Mariona Caldentey para Vicky López desviar na pequena área, de carrinho, aos sete minutos.
Perdido em campo, Portugal vivia ofensivamente de algumas investidas de Jéssica Silva, sempre perdida entre a defensiva espanhola. Ainda tentou algumas arrancadas, mas, cercada, acabaria sempre por perder a bola. Já as comandas de Montsé Tomé jogavam no meio-campo luso, a tricotar as jogadas, encontrando sempre espaço, apesar da linha de cinco defesas de Portugal.
De Portugal, só se salvava a guardiã Inês Pereira. Negou o golo a Esther González aos 16 com uma bela defesa, amarrou um tiro de Clàudia Pina, em zona frontal, aos 18, e aos 35, num remate em arco. Pelo meio. Alexia Putellas falhou um golo cantado.
Mas a estrela do Barcelona não falharia, aos 41. Recebeu nas costas da defensiva lusa, tirou Diana Gomes da frente e atirou com classe, de pé esquerdo. Grande golo!
Um minuto depois, o 4-0. Espanha a trabalhar a bola dentro da área de Portugal, com troca de passes, até a bola chegar a Clàudia Pina, que centrou. Os esférico bateu no poste mais longe, foi para o meio da pequena área onde Esther González só teve de encostar.
Francisco Neto corrige, Espanha tira o pé do acelerador
Depois de terminar o pesadelo que foi o primeiro tempo, o selecionador nacional quis estancar a hemorragia na defensiva lusa: meteu Ana Borges e Ana Ceiça nos lugares de Beatriz Fonseca e Andreia Jacinto.
O resultado permitia a Montsé Tomé rodar a equipa, embora as que entraram eram nomes de meter respeito. Clàudia Pina foi descansar ao intervalo (entrou Athenea del Castillo),
Jana Fernàndez entro no posto de Ona Batlle e a possante e veloz Salma Paralluelo rendeu Esther Gonzalez aos 67 minutos.
Ofensivamente, viu-se algo mais de Portugal, mas sem 'arranhar' o domínio espanhol. Fátima Pinto ficou caída na área, aos 53 minutos, Portugal pediu penálti, após a jogada lusa ser atingida pelo guarda-redes Adriana Nanclares. A árbitra romena Iuliana Demetrescu teve outro entendimento.
A verdade é que as mexidas beneficiaram mais Portugal, que conseguiu estancar o jogo ofensivo espanhol. Os 4-0 deixaram a Espanha mais relaxada, a adornar mais os lances, quase que a querer entrar com a bola baliza adentro.
Ana Capeta, que tinha rendido Jéssica Silva, teve nos pés a primeira verdadeira oportunidade de golo das lusas: bola longa, domínio na área e remate por cima, aos 75 minutos.
Nos descontos, Martin Prieto, jogadora do Benfica que entrou no segundo tempo, fez o 5-0 final de cabeça, após um belo cruzamento da esquerda.
Muitos dos portugueses ou descendentes de portugueses que fizeram parte dos 29.520 espetadores que lotaram o Stade de Suisse saíram desanimados com o resultado.
O próximo jogo de Portugal, seleção que é 22.ª do ranking mundial FIFA, é no dia 07 de julho às 20h00 diante da Itália, vice-campeã europeia em 1993 e 1997 e que ocupa a 13.ª posicionada do ranking.
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