Portugal perdeu diante da Bélgica por 2-1 e foi eliminado na fase de grupos do Europeu Feminino, tendo terminado o grupo B no último lugar com apenas um ponto somado.

Após a derrota, as jogadoras portuguesas mostraram-se desiludidas com o desfecho do torneio e apontaram algumas razões para a falha.

Lúcia Alves, que foi suplente utilizada contra as belgas, disse que faltaram os golos À seleção das quinas.

"Triste pela nossa caminhada ter acabado. Feliz por me ter estreado na competição. Mas para mim o mais importante é estar lá dentro e ajudar a equipa. Jogar cinco, 10, 15 ou 90 minutos. Quero é ser útil para o meu país. Gostava que a vitória tivesse calhado para o nosso lado. Faltaram golos, vontade sei que a temos, qualidade também. Faltou a bola entrar", começou por dizer, em declarações à Sport TV.

Quanto ao futuro, a jogadora do Benfica mostrou-se confiante e lembrou que é um orgulho poder representar a camisola da seleção.

Telma Encarnação marcou o golo de Portugal, mas não foi suficiente para um resultado risonho. A avançada diz que não faltou nada.

"Não nos faltou nada. Estivemos a dar o máximo do primeiro ao último minuto. Tentámos marcar e não conseguimos. As oportunidades eram muitas, só que o golo não aparecia. Demos o nosso máximo, não foi o suficiente por enquanto", começou por dizer.

"Nós treinamos muito, treinámos tudo para chegar ao jogo e acontecer de tudo. Não conseguimos fazer golos, eu consegui, mas vamos continuar. Ajudei, tentámos de tudo."

Quando questionada sobre o seu tempo de utilização, Encarnação apontou a escolha ao treinador. Por fim, fez questão de agradecer o apoio aos portugueses.

Também Joana Marchão reagiu à eliminação e lamentou o desfecho, afirmando que a equipa e os portugueses "mereciam mais".

Emocionada, a jogadora fez um balanço da partida. "Acho que neste jogo foi maioritariamente isso, foi não termos conseguido concretizar as oportunidades que tivemos e a Bélgica das vezes que foi à nossa baliza conseguiu fazer golo e isso hoje fez a diferença no jogo."

Ainda assim, Marchão apontou o foco ao Mundial. "Claro, nós propusemos a uma coisa nunca antes feita e no final isto é futebol e nós hoje fazemos o nosso luto, mas amanhã é outro dia e daqui a uns meses temos mais uma qualificação, porque vem aí o Mundial e é onde nós queremos estar novamente."

Inês Pereira, que não foi titular nesta partida, fez um balanço da participação lusa e disse que a finalização não foi a única lacuna. A guardiã afirmou que a seleção pode melhorar em alguns setores, como é o caso da defesa.

Quando confrontado com o facto de ter sido titular apenas na primeira jornada frente a Espanha, Inês Pereira lembrou que também Patrícia Morais trabalhou para jogar.

"Aceitei, trabalhámos as duas para jogar. Foi competente naquilo que fez e felicitá-la pelas 100 internacionalizações."

Jéssica Silva também teve uma palavra a dizer, ela que voltou a não ser titular. Ainda assim, a jogador saltou do banco, mas não conseguiu contribuir para o objetivo da equipa. Em jeito de reflexão, Jéssica falou sobre a possibilidade de ser o seu último Europeu.

"Em termos de futebol jogado mais uma vez mostramos que temos qualidade para fazer frente a seleções de topo, mas infelizmente não vos consigo mesmo responder a essa pergunta, o que me deixa bastante triste, deixar o europeu. Provavelmente também é o meu último europeu e, pronto, temos de ir para casa e vamos tristes."

A jogadora não escondeu que Portugal tem atravessado um momento conturbado e comentou que ainda não conseguiu encontrar uma razão para a queda de nível.

"Não acho que se prenda a falta de comunicação. Nós temos de entrar para cada jogo a querer ganhar, a querer ganhar, ganhar, ganhar, com uma atitude que já tivemos. Não é por falta de atitude, mas sinto que temos de procurar mais o golo, a oportunidade, o último terço, as avançadas, criarmos mais oportunidades e estarmos lá mais em cima, e acho que isso não tem efetivamente existido. Agora porquê, não sei", disse.

Quando questionada sobre se é necessária uma mudança radical na seleção, Silva fugiu a essa questão, bem como à continuidade de Francisco Neto no cargo.

"Não sei, se calhar [risos]. Não sou eu quem dita isso. A verdade é que temos um grupo excelente, temos trabalhado imenso para conquistar, para fazer o nosso caminho."

"Isso não sou eu que digo. O professor Francisco [Neto] fez um trabalho, e tem feito um trabalho, incrível connosco e é o que é. Essas decisões, eu também estou aqui e sou mais uma jogadora, não sou eu quem dita essas decisões. Vamos continuar a trabalhar e nós confiamos no trabalho desta equipa técnica e se calhar eu também não vou estar cá [risos]", finalizou.