A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) vai debater e votar um orçamento com receitas e despesas recorde, na Assembleia Geral (AG) de sábado, mantém a “linha” do lucro e reforça a “transparência”, explicou hoje à Lusa Vasco Pinho.

O diretor financeiro da FPF reconheceu tratar-se da mais volumosa previsão de gastos de sempre, na ordem dos 143,1 milhões de euros (ME), esperando receitas de 146,2 ME, em montantes inflacionados pela incorporação nas contas de várias empresas da égide federativa, para um resultado operacional positivo, na ordem dos 3,1 ME.

“Efetivamente, este lucro vem em linha com a média dos exercícios anteriores, desde os 2,3 ME de 2019/20, aos vários na casa dos três ME e, por vezes, nos quatro. Sendo que a nossa estimativa é chegar perto desta ordem de valores”, afirmou Vasco Pinho.

O responsável pela tesouraria federativa assegurou que o Plano de Atividades e Orçamento para 2025/26, o primeiro sob a presidência de Pedro Proença, tem como objetivo “procurar mais e melhor, sem criticar o passado”.

Os valores recorde, cerca de 30 ME acima dos apresentados na época passada, ainda pela direção liderada por Fernando Gomes, atual presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), ficam, segundo Vasco Pinho a dever-se à contabilização no orçamento federativo das várias empresas do Grupo FPF, dedicadas aos eventos, às infraestruturas, à fundação, ao Canal 11, formação [Academy] e comercial.

“Esta é uma alteração para agilização do modelo de governação, para que a FPF seja mais robusta e também mais transparente. As contas das três empresas que já existiam, casos do Canal 11, a dedicada às infraestruturas e aos eventos, não consolidavam nos valores apresentados em sede de AG da FPF, com os sócios a apreciarem apenas as contas do organismo e não do ecossistema completo”, detalhou.

E esta foi a opção tomada pelo elenco liderado por Pedro Proença, por traduzir-se “numa agilização enorme nos processos, para capitalizar, ainda mais, o potencial da FPF”.

“Não tínhamos necessidade de o fazer, mas não era isso que tinha de importar, o ser preciso ou não, mas sim o nosso objetivo de ter uma FPF mais transparente. Apresentando todos os custos e também todos os rendimentos”, frisou.

O documento que vai ser debatido e votado na AG marcada para sábado, às 10:00, na Cidade do Futebol, em Oeiras, a direção da FPF prevê receber cerca de 17 ME com a seleção principal no Mundial2026, um montante correspondente à chegada aos oitavos de final, de acordo com o responsável financeiro.

“Este é um ano especial, porque é um ano de Mundial, para a seleção principal masculina [a disputar em 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá, e para o qual ainda vai decorrer o apuramento], e da fase final do Europeu feminino [entre quarta-feira e 27 de julho, na Suíça], duas competições de patamar máximo, potenciadores de maiores rendimentos”, reconheceu Vasco Pinho.

Além dos dois ME previstos para a seleção feminina no Euro2025, a FPF conta ainda com aproximadamente 39,2 ME de receitas provenientes dos Jogos Sociais e 20,277 ME resultante do contrato de material desportivo, em vigor desde 01 de janeiro último, depois de várias épocas com receitas fixadas em 8,83 ME e de 16,24 na temporada que agora termina.

No orçamento para a época 2024/25, que era o maior desde a sua fundação em 1914, o elenco liderado por Fernando Gomes tinha previsto gastar 113,2 ME e rendimentos de 120,39 ME, para um resultado operacional positivo de 7,14 ME.

Após a AG que tem como principal ponto a apreciação do plano de atividades e orçamento segue-se uma reunião magna extraordinária, uma hora depois, para votação das alterações estatutárias e ratificação do Regulamento Disciplinar aprovado pela reunião magna da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).