De dois anos para apenas um mês, foi esta a duração da aventura de Pawel Dawidowicz na Arábia Saudita. Depois de terminado o contrato com os italianos do Hellas Verona, o central polaco resolveu experimentar um novo desafio na carreira.

Apesar de ter tido convites de outros clubes da Serie A, Dawidowicz preferiu assinar por duas temporadas com os sauditas do Al Hazem,

"Depois do fim da época [em Verona], decidi explorar novos horizontes, mudar de ares. Tinha propostas de clubes da Serie A, mas queria tentar uma experiência diferente. E foi assim que fui para a Arábia Saudita", afirmou em entrevista.

Contudo, algumas questões culturais acabaram por prejudicar o natural período de adaptação do jogador, e que se agudizaram ainda mais perante a sua situação familiar.

"Fui para lá sozinho para o estágio, durante três semanas. Depois, a minha família juntou-se a mim: tenho uma criança pequena e a minha mulher está grávida. Foi difícil ficar lá, por várias razões. Tinha de ir ao hospital quase todos os dias para fazer exames médicos, e era complicado. Ninguém fala inglês, talvez três pessoas em toda a cidade. As mulheres não podem sair sem um homem. E têm de estar cobertas, só os olhos visíveis", acrescentou.

A situação terá ficado de tal forma incomportável, que o antigo jogador do Benfica resolveu mesmo colocar um ponto final e sair da Arábia Saudita.

"Fiz vários pedidos, mas eram sempre adiados para o dia seguinte. A dada altura, fartei-me e decidi que havia coisas mais importantes do que o futebol, como a minha família. Não podia ficar lá, tendo em conta o estado da minha mulher e do meu filho", sublinhou.

Atualmente sem clube, Dawidowicz mantém a forma ao treinar com uma equipa local na Polónia e espera que o mercado de inverno lhe traga novidades.

Antes, o dinheiro talvez me interessasse. Agora jogaria de graça… ou quase. Agora estou perto de Gdansk [na Polónia]. Treino-me com uma equipa local e com um treinador pessoal, mas sinto falta do futebol. Sabia que isso significaria ficar algum tempo sem jogar, mas tinha de me concentrar na minha família. Queria ir para longe, ganhar mais. Agora isso importa-me menos, só quero ficar na Europa", concluiu.