Há uns anos, sair à rua de roupa de ginásio era quase pedir desculpa antecipadamente: “Desculpa, venho só do treino”. Agora, é sinal de estilo. O athleisure — essa fusão deliciosa entre roupa técnica e moda urbana — está de volta em força às cidades portuguesas, mas com uma nova atitude. Não é só sobre conforto: é sobre identidade, ritmo de vida e a estética da funcionalidade.

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Ao percorrer as ruas da Baixa de Lisboa ou da Boavista, é fácil perceber a tendência: sapatilhas que antes eram apenas para correr agora são peças de assinatura; casacos corta-vento tornaram-se objetos de culto; leggings com bolsos laterais são tão padrão como jeans. A roupa desportiva deixou de ser o ‘uniforme’ dos ginásios e transformou-se numa linguagem visual que transmite movimento… mesmo quando o plano do dia é só um café e teletrabalho.

Parte desta nova vaga deve-se à forma como vivemos: mais flexível, mais híbrida, mais rápida. Queremos roupa que acompanhe a ideia de que a vida é um salto constante entre reuniões, deslocações, treinos e imprevistos — e o athleisure responde precisamente a isso. É performance disfarçada de casual-chic. E não há nada mais 2025 do que isso.

Mas há também um lado emocional nesta tendência. O visual desportivo carrega uma aura de bem-estar: quem veste leggings ou um hoodie técnico transmite a sensação — real ou não — de que se preocupa com a saúde, com o corpo, com o ritmo interior. É quase uma estética aspiracional. Mesmo que o destino mais atlético do dia seja subir as escadas do metro.

O curioso é que este renascimento do athleisure não está só no vestuário: influencia cafés, playlists, estilos de treino, até a linguagem. As marcas apostam em tecidos sustentáveis e cortes minimalistas; os portugueses respondem com um entusiasmo silencioso, mas muito visível. A verdade é simples: nunca estivemos tão confortáveis… e tão estilosos.

Se é uma moda passageira? Talvez. Mas, por agora, vale a pena apreciá-la. Porque poucas tendências conseguem juntar design, bem-estar e autenticidade como esta.