Na véspera do confronto com o Nápoles, José Mourinho fez, no Seixal, a antevisão de um jogo que o treinador do Benfica descreveu como mais uma final no seu percurso: “Encaro todos os jogos como finais, não sei se é coisa boa ou má, mas em 25 anos não mudei nada e não vou mudar. O Nápoles é uma equipa fortíssima, agora ainda mais forte porque joga do modo do seu treinador.”

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O encontro está marcado para amanhã, às 20h00, na Luz, e poderá significar um ponto de viragem para uma equipa que, nas últimas semanas, tem somado boas exibições mas resultados penalizados por erros individuais. Mourinho voltou a sublinhar esse padrão, identificando um traço comum nas derrotas recentes: “Fizemos um bom jogo contra o Sporting, fomos mais fortes que um adversário bicampeão, mas pagámos caro um erro inicial.

Contra o Leverkusen, talvez o nosso melhor jogo, perdemos por um lance individual. No Chelsea foi um autogolo. Contra o Nacional começámos a perder por outro erro. A equipa está mais coesa, mas a este nível pagas por cada detalhe.”

Neto na convocatória e a defesa dos jovens

A chamada de José Neto voltou a ser tema e Mourinho foi claro sobre o processo de integração dos mais novos: “José Neto está convocado e, se está, pode jogar. A idade conta pouco. Ele tem 17 anos e ainda não tem jogos suficientes sequer na B, mas treinar connosco, ser convocado e poder somar minutos acelera o crescimento de um jogador com potencial fantástico.”

O técnico deixou também uma mensagem sobre o espaço dado aos jovens: “Precisam que, se errarem, não os martelem. A pressão já é enorme. Se ninguém os colocar lá dentro, serão sempre potenciais indefinidos. Com o Neto, esse alguém vou ser eu.”

Análise ao adversário e ao impacto do treinador rival

Mourinho não esconde a admiração pelo trabalho de Antonio Conte, agora no comando do Nápoles: “Falar de Antonio é falar do Nápoles. As equipas dele são completas, compactas, com consciência tática altíssima. Ele é muito exigente e encontra sempre forma de construir equipas fortíssimas. Considero-o um dos melhores na preparação de uma equipa.”

Sobre o suposto benefício de conhecer bem o futebol italiano, o treinador desvalorizou: “Não sei se é vantagem. Talvez precise de menos tempo a analisar, mas isso não reduz dificuldades. O Nápoles ganhou dois campeonatos em pouco tempo e está a jogar melhor agora do que no início da época.”

Mourinho rejeitou ainda a discussão sobre ausências no adversário: “Não me faça rir com baixas… Uma coisa é não ter Lukaku e ter Hojlund. Não ter De Bruyne… As minhas ausências fazem-me chorar. Olhem para quem eles têm, não para quem falta.”

Foco total no jogo

Questionado sobre possíveis emoções adicionais no reencontro com jogadores que lançou na carreira, o técnico cortou curto: “Durante o jogo não tenho tempo para pensar nisso. É um jogo que precisamos de ganhar, contra um adversário muito forte. Vai ser muito difícil, mas vamos fazer os possíveis para ganhar.”

Com a Luz preparada para uma noite europeia de alta intensidade, Mourinho reforçou a ideia que marcou toda a conferência: cada jogo é uma final — e esta, diante do campeão italiano, chega num momento decisivo para o Benfica na Champions.